Bem-vinda(o)s ao Foco Brasil! Aqui eu quero compartilhar com você minhas experiências, aprendizados e reflexões. Ao longo de 30 anos de carreira, tive a sorte de conhecer pessoas incríveis em consultórios, salas de aula e grupos de pesquisa. Essas vivências me inspiraram a dividir um pouco da bagagem que fui acumulando ao longo do tempo. Peço licença para apresentar-me, então.

Nasci em São Paulo no inverno de 1972 e já morei em tanta casa que nem me lembro mais… Depois de uma breve temporada no Rio de Janeiro, cresci em São Bernardo do Campo. As passeatas dos metalúrgicos aconteciam na rua de baixo do meu colégio, e o estádio da Vila Euclides era onde se disputavam os jogos escolares. No comecinho dos anos 1980, ao mesmo tempo em que eu sofria com a derrota da seleção canarinho na Copa da Espanha, vibrava com o Timão sendo bicampeão paulista! Nas costas do uniforme: “Democracia Corinthiana” – um ideal que era discutido no almoço de domingo e que tanto me marcou.

A intuição sempre me foi algo muito marcante. Por isso, aos 17 anos decidi prestar vestibular para o curso de Psicologia, na expectativa de entender esse tipo de fenômeno. Mudei-me para Campinas para estudar na PUC, onde hoje sou professor. Num primeiro momento eu não encontrava uma resposta clara para algo tão visceral em mim, e confesso que foi muito frustrante. Contudo, ao entrar no mestrado, ganhei um dos presentes mais especiais da minha vida. A Vera, minha então orientadora, hoje colega de trabalho, deu-me uma caixa de artigos do Gene Gendlin e disse: “acho que você vai gostar disso”.

Eureka! Havia toda uma discussão profunda para “aquela coisa que sempre me guiou”. Esse é o motivo pelo qual a bússola do Foco Brasil tem um valor simbólico tão especial para mim. Por mais clichê que possa soar, a vida é frequentemente comparada a uma jornada, e, ainda que existam planejamentos, metas e objetivos, muitas coisas nos atravessam ao longo do caminho. Desafios, dificuldades, felicidades, surpresas e oportunidades aparecem sem pedir licença o tempo todo. A vida se constrói enquanto caminhamos, e ter alguma referência que nos guie é fundamental, mesmo quando os mapas não estejam tão claros. Muito do que vamos discutir e compartilhar neste site tem a ver com isso.

Ao longo desses anos, sempre procurei estar em contato com meu Senso Sentido (o nome técnico da bússola) em todas as dimensões da minha vida, pessoais e profissionais. Como aprendi com o John Wood, o mais importante é a abordagem que temos, que se materializa com as devidas especificidades de cada contexto. O Gene, por sua vez, tem uma metáfora maravilhosa. Ele dizia que o certo está implícito no que fazemos, se estivermos atentos. É como ajeitar um quadro que está torto na parede. Ao olhar para o quadro, a gente intui onde ele deveria estar.

Além de atuar na prática clínica e na pesquisa científica, tive a oportunidade de ser coordenador de graduação. Mantive-me nessa função ao longo de 11 anos. Uma equipe de cerca de 30 profissionais entre professores, auxiliares de curso, responsáveis técnicos e recepcionistas da clínica-escola se reportavam a mim. Por outro lado, durante esse período tive quatro diferentes diretores e quatro diferentes reitores, cada um com visões e estilos muito próprios e distintos dos anteriores. Sei bem como é desafiador conciliar tudo isso.

Atualmente tenho a satisfação de dedicar-me à pesquisa científica, orientando graduandos em Iniciação Científica, mestrandos e doutorandos, além de manter minha atividade como psicoterapeuta. Fico muito feliz e grato por sua presença aqui. O Foco Brasil foi criado para ser um espaço de interação e aprendizado mútuo. Convido você a entrar em contato, enviar seu feedback, impressões e a abrir um diálogo.